terça-feira, 9 de outubro de 2012

Ivete lança novo CD e faz balanço do seu atual momento!



Na abafada tarde de sexta-feira em São Paulo, Ivete Sangalo senta-se na suíte presidencial do Hotel Renaissance, na zona sul da cidade, para falar de seu novo disco, “Real fantasia", que começa a ser vendido amanhã no Brasil e em alguns países da Europa, além do iTunes. Ivete chega da missa de sétimo dia da apresentadora Hebe Camargo, a voz um pouco anasalada de quem chorou, a maquiagem devidamente retocada. Veste calça de couro preta justa e blusa de crepe de seda creme, usa saltos altíssimos, mas está bem caidinha, estado de espírito raro para a cantora baiana.

Mas foi só começar a falar de sua rotina nos últimos seis meses — quando intercalou a produção de “Real fantasia” com as gravações de “Gabriela”, da Globo — para Ivete retomar a vitalidade e o entusiasmo que lhe são habituais. Fala das 14 faixas do CD sem maiores elaborações intelectuais. É orgânica: “Real fantasia”, uma mistura de axé, pop, samba-rock, funk, música latina e baladas, é simplesmente o que gosta de cantar, uma lista de compositores cujas músicas a tocaram, de alguma forma (“Sou do improviso, faço o que me dá felicidade”).

Aos 40 anos, 20 de estrada, Ivete Sangalo é uma artista no auge e no controle de sua trajetória artística. Mas de que trajetória falamos, exatamente? Porque, a julgar pelo entusiasmo com sua performance comoa cafetina Maria Machadão, de “Gabriela”, a carreira de atriz está apenas começando.

— Antes eu não sabia. Mas, agora, posso dizer que existe uma carreira de atriz. Fiquei apaixonada por Machadão. Vou dar um tempo para me livrar dessa mulher e, depois, quero essa carreira de atriz — diz ela.

— Ivete é talentosa em várias possibilidades artísticas — comenta o produtor musical de “Real fantasia”, Alexandre Lins, ex-marido da cantora. — Não dá para esconder que, além da música, a experiência como atriz foi a coisa que mais fez brilharem seus olhos.

Ivete já havia interpretado antes, mas em trabalhos curtos, como “A desastrada de Salvador”, da série “As brasileiras”. Por isso mesmo o desafio de forjar uma personalidade complexa para a dona do Bataclan de Ilhéus a fascinou tanto. Era outra pessoa, outro mundo a construir, virtudes e defeitos a serem incorporados por longos seis meses. Era abandonar-se, encarnar uma prostituta apaixonada pelo cliente, sofrer o amor impossível e, no fim do dia, reassumir sua pele. Ivete fala entusiasmada sobre a experiência, especialmente a convivência com o elenco, com destaque para seu par na novela, Antonio Fagundes, além de Leona Cavalli e Gero Camilo (“Eles me pegaram no colo”):

— No início eu achava muito estranho. Depois entrei no ritmo, com o apoio do elenco, que me fez compreender e criar uma vida para essa personagem. Eu aprendi muito com o Fagundes. Ele virou minha cabeça, e às vezes eu não sabia se ria ou chorava. Ele entrava no estúdio e dizia “Oi, bom dia”. Botava o chapéu e acabou, já era o Ramiro. E ele não me dava outra escolha. Eu só podia ser Machadão. Esse entendimento da complexidade do personagem fui construindo aos poucos. Vi a minha primeira cena e vi a última. Fiquei feliz e aplaudi a mim mesma.

Até o dramaturgo Aguinaldo Silva, que chegou a fazer comentários venenosos antes da novela, insinuando que uma cantora deveria se contentar em cantar, teve que voltar atrás. O público também aprovou, o que se constata lendo as opiniões de seus mais de sete milhões de fãs no Twitter. É gente que poderá acompanhar de perto essa agenda enlouquecida com a exibição, entre 22 e 26 de outubro, no Multishow, do making-of do disco. E da novela. E da rotina com o marido, Daniel Cady, e o filho, Marcelo.

— O programa fala do processo de produção do disco. Não só da gravação, mas da viagem, do show, da novela, do comercial, da entrevista, do filho, do marido, do cachorro e vamos nessa.

O entusiasmo pela atuação não embaça a perspectiva de outros projetos. A carreira internacional, por exemplo, não parou. Anteontem, fez um show em Rivera, no Uruguai, coroando uma agenda de 2012 que incluiu apresentações na Argentina, em Portugal, na Itália e no México, em espaços lotados. Diz ter adorado a crítica do “New York Times” sobre seu show no Madison Square Garden, há dois anos, quando o axé e o português foram apontados como um ritmo e uma língua estranhos ao americano médio. E não pretende mudar.

— Não posso levar para um outro país o show de uma pessoa que eu não sou — diz.
A turnê do novo disco começa em 30 de novembro, no Via Funchal, em São Paulo, uma mudança na tradição de estreias de turnês em Salvador (onde o show acontece em 5 de janeiro). Não queria que passasse tanto tempo entre o lançamento do CD e o primeiro show. Provavelmente, seu público latino vai adorar. Porque as músicas de viés latino, admite Ivete, são muito fortes.

E há a amiga Shakira, a colombiana que convidou Ivete a se apresentar com ela no ano passado, no Rock in Rio. Desta vez, as duas fazem um dueto em “Dançando”, mas só no álbum vendido via iTunes. Shakira demorou a definir sua participação na música, um convite de Ivete, e o CD precisava ser fechado. Mas Ivete até gostou. Terá algo especial para o iTunes, ferramenta de vendas de música que se mostra uma das mais importantes num mundo cada vez mais virtual. Mas há paradoxos. A Universal aumentou de 50 mil para 80 mil a tiragem dos CDs.

— As pessoas estão recobrando o apego ao álbum. É um bibelô, um objeto de prazer — diz.

Como se não bastasse, Ivete foi indicada a quatro prêmios no Grammy Latino, incluindo a de melhor gravação, por “Atrás da porta”, imortalizada por Elis Regina. Está feliz e confiante:

— Tudo é uma real fantasia, como diz o CD. O real da loucura da minha vida e a fantasia, que é o lúdico, como consigo me conectar com esses dois universos sem perder a ternura. Acho o máximo tudo e isso já está ótimo. Tenho um problema sério: eu me acho ótima.


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OBS.: O FC Sonho Épico divulga a maioria das informações de Ivete Sangalo em circulação, mas toda notícia em circulação não oficial, deve ser vista com extrema cautela, pois nem todas as notícias divulgadas a respeito de Ivete Sangalo são verídicas!

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♪ Dançando - Ivete Sangalo