Foi como uma legítima estrela de rock'n'roll que Ivete Sangalo se portou em sua apresentação no Rock in Rio. Tudo que o estilo tem de bombástico, excessivo, visualmente impactante e musicalmente vibrante, a cantora trouxe para o palco, num espetáculo intenso, que comandou pessoalmente sem descansar um segundo sequer. Expoente do pop brasileiro (e não só baiano) da última década, Ivete começou o show lá em cima, com "Brasileiro", uma daquelas combinações de batuques afro, pulsação funk e guitarras possantes que hoje (muito graças a ela) respondem pelo que se conhece hoje como axé. O público se abriu num mar de mãos, totalmente rendido.
"Explode, Rock in Rio", ordenou Ivete, antes de enveredar por "Acelera aê", um disco-axé com mais do dobro do poder dançante de qualquer número do Jamiroquai no dia anterior. "Abalou", "Festa" e "Sorte grande" (essa, com citação do funk carioca "Tapinha") e "Não quero dinheiro" (de Tim Maia) completaram o estrago - Ivete comandou a banda, puxou as coreografias, brincou com as câmeras, cuspiu uns palavrões (carinhosos, vá lá) e fez todo mundo tirar o pé do chão, como bem queria. "Vocês sabem que eu gosto muito disso!", admitiu. E aí, livrede culpas, emendou no heavy-axé árabe "Dalila" - a música para "chamar Shakira", como brincou.
Depois de mais uns números de alta voltagem ("Arerê" e "Berimbau metalizado"), foi hora de baixar a bola. O que Ivete fez foi ir só ao piano para cantar "Easy" (dos Commodores) e depois, ao violão, para um "More than words" (do Extreme) - o momento barzinho do show, para, em seguida, voltar descendo a lenha, com uma versão metal de "Eva" e, num fecho apoteótico, atacar de "Na base do beijo". Ufa! Alguém anotou a placa do caminhão?
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